quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Tons

O sol já raiava através das persianas, nos dias ensolarados, sua maior rival. Pincelava o quarto em um degrade de tons alaranjados, como uma laranja descascada aos poucos, saboreada. Não recordava muito do que acontecera na noite anterior, apenas que acordara entre aquela branquidão de panos de cama, lívidos e com toques finos de lavanda.

Seu desjejum matinal foi rápido. Seus olhos batalhavam entre a fumaça de uma convidativa xícara de café e seu movimento pendular, da mesa a boca e os ponteiros acelerados do relógio da cozinha. Estava atrasado. Saiu de casa. Caminhando até o trabalho com a visão turva ocasionada pelo sono e o com o peso das olheiras, negras, delineando seus jovens olhos.
Chegara e, inevitavelmente, encontrou aquela que tanto amava. Jurara não ter que a encontrar tantas vezes como antigamente, porém, o ambiente de trabalho era compartilhado e isso dificultava as ações evasivas. Estava ali, sentada em sua mesa de trabalho, o tilintar rápido das teclas era como uma barreira que impedia a aproximação para um singelo - “oi”.
Foi então que o laranja vivo que o pintava, degradava para cores frias, assim como a reação da amada. Dúvidas iam e vinham, como pesadas ondas quebrando em uma rocha, monólito em que seu coração se transformava seu coração. De tons quentes para tons frios, cinzas, tudo se tornava unicolor, desabando a falácia em que acreditava. Seria agora um novo começo ou os tons frios despencariam ainda mais para o negro do limbo?

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Ciclo

Primeiro tem a escola, "prezinho". Acordar cedo, tomar aquela farinha láctea com uma fruta qualquer, partir no transporte escolar com a lancheira abastecida para aquelas cinco horas de diversão. Porque pra mim (como se eu notasse isso) era muita diversão. Rabiscar garatujas aleatórias, depois comer, seguido daquela cesta, pra depois acordar e...desenhar ou fazer alguma atividade que não é mais difícil que desenhar. Para que melhor?
Depois vem o colégio (escola e colégio pra mim são diferentes. Não sei o porque...). Aqui acontece aquela gradação. No começo é aquela disposição vinda da fase anterior, que vai se tornando uma meia alegria (quando vemos as equações do segundo grau) e termina um grande saco, quando a melhor coisa é o racha depois da aula. Começa com o alfabeto e termina com cálculos estequiométricos. Um saco!
E quando você acha que tudo vai mudar, o ciclo só recomeça. Na faculdade não é diferente. Não é um American Pie da vida (ou pelo menos não vi) mas também não ache que vai ser Grease. As duas fases anteriores voltam com todo gás. Primeiro semestre é aquela alegria: você toma o nescau, pega o transporte escolar (não mais com um tio que dirige. Agora o ônibus vira o transporte escolar. Você vira amigo daquele trocador ou motorista e só vê alunos dentro do carro), chega na aula disposto e...começa a desenhar. Mesmo que a aula seja boa, você desenha, ou escreve, ou canta na mente (like Xavier) ou rouba a sem fio do C.A. Whatever! Você desenha, come (no RU) e depois dorme (na sala, na aula, em qualquer lugar) Esse entusiasmo vai caindo, como seu IRA. Aulas não muito legais e aquela pergunta que permeava o colégio volta: PRA QUE ISSO VAI SERVIR PRA MIM? E o velho "pra passar" volta também. O racha (agora na internet, na casa do amigo, numa quadra alugada) volta a ser o melhor dos dias na faculdade. Ou simplesmente dormir resolve.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Só faltou um pouco de confiança.

E hoje o Fortaleza voltou a jogar uma partida oficial. Parado desde a reedição do macaranazo nas terras do sol, a equipe cearense entrou em campo na nova edição do clássico das páginas da placar, Campeonato do Nordeste. Iniciaria sua campanha contra o Confiança, em Sergipe. Iniciaria, pois ainda não começou o campeonato depois do futebol que mostrou em campo hoje.
Com praticamente a mesma equipe do ano passado,a equipe tricolor não conseguiu jogar. A defesa batia cabeça mais que metaleiros em um show de rock, o ataque,inoperante, era mal auxiliado por um meio de campo que não conseguia fazer as ligações com seus atacantes e pouco ajudou na partida. O lado direito da defesa era a Washigton Soares da vez. A equipe sergipana criou as principais oportunidades de gol por esse flanco que durante todo a partida foi o centro do tormento da equipe tricolor.
Ainda é cedo para qualquer análise, xingamento,discussão em cima da equipe que,até hoje, só tinha feito uma partida, contra o Safece (Sindicato dos atletas do Ceará). Porém, estava parado desde a derrota contra o Oeste e por problemas que não sei quais não começou uma pré temporada mais cedo. Enfrentou uma equipe que já tinha 45 dias de convívio e treinamento. O mais óbvio era perder, porém, não dessa maneira. 3 a 0 é demais.
Agora é esperar os próximos jogos e que essa dose cavalar de confiança entre nas veias dos jogadores e definitivamente ele entre no campeonato.

Que dias

Não! O ano mal começa e eu já não cumpro o que prometi: escrever pelo menos um post por dia. Não deu.     Não trabalho, mas a faculdade ocupa integralmente as atividades que tenho por dia. Seus horários quebrados também não ajudam no desafio diário de estudar. Engraçado que, ao invés de postar, mudei o título do blog (HAHA). Acho que ficou mais interessante e até se parece com o título do meu,finado, tumblr.
No últimos dias não faço nada além de estudar. Porém, comecei mais uma leitura interessante que, tenho que parecer, a contragosto, graças aos diversos seminários que tenho que fazer. O livro se chama Game of Thrones e a filosofia. Com uma tonelada de spoilers, o livro discute as ações dos personagens do livro de George R.R. Martin sobre o olhar de grande filósofos que discutem sobre ética,poder moral,virtude,metafísica e assuntos afins. Estou ainda no terceiro capítulo, mas é uma leitura bem interessante pra quem pretende falar pra si mesmo que assistir uma série, assim como assistir uma partida de futebol, vai bem além daquilo do que se está vendo.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Fãs são fãs. Vamos a uma entrevista


Torcer um clube estrangeiro não é novidade por esses lados. Grandes clubes europeus contribuem para aumentar à estatística e difundir ainda mais suas marcas. A maioria dos campeonatos é televisionada, os uniformes são facilmente encontrados pela internet para a grande maioria, e esses são alguns dos fatores para essa maior difusão de torcedores. Dessa maneira, clubes não muito conhecidos pelo grande público, encontram outros torcedores pela rede mundial, formando grupos para discutir, acompanhar e torcerem juntos. Aqui entra o Everton ou Toffees para seus apaixonados torcedores. Clube inglês radicado na cidade de Liverpool é um dos mais vitoriosos da Liga inglesa, porém, enfrenta um hiato em títulos que já perdura vinte anos, a última conquista foi a F.A Cup na temporada 94/95. Porém, isso não atrapalha o crescimento de fãs e da paixão que alimenta os fanáticos.

Com a missão de conhecer um pouco desses torcedores e sua rotina de torcida para o clube azul de Merseyside, resolvi entrevistar um colega de faculdade e torcedor do Everton com uma história bem peculiar. Adauto Santiago, 25, aluno do curso de História da Universidade Federal do Ceará, UFC, é um desses torcedores que colaboram para difundir a paixão pelo Everton. Evertonian declarado, atualmente colabora com o blog Everton FC Brasil, reduto dos brasileiros apaixonados pela equipe.

Após aguardar na própria universidade para a realização da entrevista, de repente um canto similar ao de torcida soa perto de onde estava sentado. Era o toque do celular do entrevistado fazendo barulho e tomando a atenção dos outros alunos, curiosos em descobrir do que se tratava. Começo querendo saber um pouco de onde surgiu sua paixão pelo clube. Adauto revela que jogando vídeo game, já gostava de clubes menos conhecidos, como a Sampdoria, Atalanta e o próprio Everton. O estalo veio jogando Pro Evolution Soccer 2013 no modo Become a Legend, aonde o jogador constrói sua história no jogo, como um jogador de futebol verdadeiro. Através dele chegou ao Everton, pela indicação de um amigo que afirmou ser o Everton o clube dos Beatles. “Na verdade é o clube do Paul, o que só aumentou minha curiosidade”. Esse foi pontapé para uma busca frenética pela história do clube, que logo o conquistou pela grande tradição: “O time tem uma história muito grande. Não conquista nada há quase vinte anos, mas tem muita história, sendo a quarta equipe em número de títulos. Acabei acompanhando o time e me afeiçoei. Agora posso dizer que virei torcedor do time, apesar de pouquíssimo tempo de torcida”.
Nessa escolha de um clube não tão conhecido, as brincadeiras dos colegas são inevitáveis. “Meus amigos não entendem, zoam comigo, perguntando ‘Porque Everton?’, mas isso só faz aumentar meu gosto pelo clube e a vontade de zoar de volta”, afirma.

A equipe base que vêm desempenhando um bom papel na Premier League
O Evertonian acredita que essa temporada trará bons resultados para a equipe azul. Sonha com a disputa de uma Champions League, mas reconhece que com o pouco investimento em relação a equipes como Tottenham, Manchester United, City e os grandes de Londres, que funcionam com capital estrangeiro, uma vaga na Liga Europa já é o começo de uma reerguida no cenário internacional. “Torço muito para que a equipe chegue a liga, porém, não há muito dinheiro para investir. Até times como o Fulham tem um capital maior para investimento. Se o time alcançar a Liga Europa já fico feliz”. Apesar disso, não se esquece das competições caseiras como as copas da liga e da Inglaterra que se mostram como grandes oportunidades de conquistas. Preocupa-se com a possível saída de jogadores pilares da equipe como Baines e Fellaini, mas acredita que o comandante David Moyes conseguirá acertar as peças como vem fazendo nas temporadas passadas.

Quer ver a força da torcida?

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Rotina e conversas de ônibus

E a velha rotina fadigante voltou. O ciclo acorda-banho-ônibus-aula-ônibus-café-dorme que se repete a alguns anos e se repetirá por vários em minha vida já está enraizado. Desses vários momentos, dos quais passo em sua maioria no campus da universidade, sempre quando aparece um colega pra conversar sobre qualquer coisa a coisa melhora. Andar até o centro e voltar é uma quebra de rotina que pratico. Um pouco cansativa, mas que ajuda a mudar a mesmice diária. Sem isso o ciclo pior que o de Krebs se manifesta e pronto! Adeus mudança.
E ainda estuda...
E qual o melhor lugar para se conversar do que um ônibus, um pouco vazio, na medida do vento circular. Hoje a conversa foi de física a meteoro em 2036, de tesseract a 4ª dimensão. Por aí, surgiu aquela coisa de que "cara, como nós somos pequenos nessa bodega". Um pontinho azul numa imensidão preta, que se chama Terra, esses somos nós! Pela rotina nos tornamos tão rudes, chatos, apressados com diversas situações, diversos momentos que bastavam um olhar mais lento e capcioso. Sentar, ficar olhando pessoas indo e vindo... Eu não consigo, sem um música tocando. Até lendo textos de trabalhos, as vezes não consigo sem outros estímulos como uma televisão, rádio, uma conversa. Acho que esse é bem o retrato desses novos tempos: hiperestímulos, sensações rápidas e contínuas em doses maiores a cada momento. Falo isso mas já estou preso nesse sistema e é difícil mudar. Tanto é que viajar para o interior, visitar parentes sem uma mísera conexão 3G torna a estadia um pouco complicada. Se forem mais de 3 dias, se normaliza porque não se tem como brigar contra essa falta.

É... Não somos muita coisa! Ou somos grandes e pequenos ao mesmo tempo?

Tenho que melhorar nesse aspecto e em muitos outros. Talvez estejam na listinha de coisas para 2013, talvez estejam guardadas para o futuro... veremos.

Meio NO SENSE esse texto não é?! Imagine até eu, finalmente, começar a ler Sandman!

Ps: Espero que nesse final de semana eu me alua e ajeite esse template!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A procura da Libertadores perfeita

Daqui a algumas semanas começam as emoções do maior torneio do continente sul americano, a Taça Libertadores da América. Com suas partidas aguerridas, a altitude de alguns paises, pressão constante da torcida, jogadores, técnico, ou seja, tudo é pressão nesse campeonato. Infelizmente, em diversos momentos o futebol é deixado de lado, mostrando aquele velho amadorismo por parte de dirigentes, clubes e da própria confederação. Há quem diga que isso é o charme da competição, o que faz da libertadores única. Balela! Mostra mesmo é quanto os clubes de nosso continente são despreparados em certas ocasiões de extrema tensão. Exemplo é que desde 2006 um clube não ganhava o torneio interclubes, perdendo para uma maior organização dos clubes europeus que, nem levam a competição tão a sério.
Alguns problemas extra campo são percepitiveis, como a não suspensão de jogadores após o cartão vermelho e acúmulo de cartões - há o pagamento de uma multa, jogos em estádios sem a mínima condição de comportar uma partida de futebol, mudança de regulamento da final, sem pé nem cabeça, impedindo clubes do mesmo país decidir o título, sem contar em torcedores brigões, que aliás, existe em todo lugar. Mesmo com todos esses problemas,o campeonato reúne o que há de melhor nas Américas e pode-se garimpar algo de interessante nas partidas. Infelizmente esse ano o maior jogador dessas bandas não estará lá. Depois da péssima campanha santista em 2012, Neymar terá que se contentar com a Copa do Brasil, após dois anos seguidos na taça.
No link, em espanhol, alguns dos principais estádios que estarão abrigando os jogadores e equipes dessa edição que promete mais um brasileiro chegando as fases finais.
Os estádios

E a semana está acabando! Graças!